"Os bolcheviques têm razão"?

Comentários sobre a polêmica envolvendo um professor universitário por ter comentado "Só Guilhotina", sobre um comentário que dizia "Os Bolcheviques têm razão" da foto de Roberto Justus e sua esposa e filha, esta com uma bolsa de 14 mil reais.

Pachukanis, em 1924, quando disse que a União Soviética reproduzia os ideais burgueses de propriedade por meio de um direito ainda liberal, foi morto pelo sistema de repressão Stalinista. 

Enquanto isso, hoje, Stalin é venerado por muitos webcomunistas por aí, por ter vencido a Grande Guerra, mas ter preparado o solo soviético para a Perestroika e Glasnost, e findado o ideal Revolucionário de Lenin por seus arbítrios de poder. 

No Brasil, o espectro da censura e da Ditadura nunca ficaram por fora. A história brasileira é marcada pela violência e pelo ódio. Porém, a esquerda sempre foi a parte contrária à repressão. Hoje, não sei se devido a ascensão do PT, mas a esquerda dominou o debate político e midiático. 

"Os bolcheviques têm razão", disse o comentário de um webcomunista sobre a bolsa da filha do Justus. Verdade! Os bolcheviques lutavam, de maneira armada, contra a apropriação dos meios de produção por uma elite que explorava os sovietes. 

Ora, sabendo-se que os eleitores da esquerda na grande São Paulo e na região metropolitana do RJ, conforme dados da Justiça Eleitoral - dos quais vocês podem ver - estão concentrados nas áreas de maior concentração do capital, tendo o Boulos perdido em todas as periferias, tal como Freixo, não seria "Bolchevique", também, o ataque aos esquerdistas do Leblon, filhos de rentistas e dos grandes proprietários do Capital?

O povo elegeu Bolsonaro, Tarcísio, Witzel e Cláudio Castro não por burrice, como muitos querem dizer. O povo não é burro. O trabalhador e a trabalhadora querem sair de casa sem medo de serem mortos ou assaltados. O pobre quer ir nos mercados e não gastar todo o salário mínimo com arroz, feijão e coxinha de frango. Esses políticos foram eleitos por meio do pseudo-discurso político de serem contra "tudo o que estava aí", como arautos da renovação - que se provaram o "mais do mesmo" que criticavam.

Hoje, a esquerda é uma concha de retalhos inundada nas próprias contradições, cujo movimento lembra da classe operária nos momentos de like, enquanto que, no off, Erika Hilton, por exemplo, vota a favor do Arcabouço Fiscal e põe maquiadores como assessores jurídicos.

Ano que vem, nas urnas, o cenário se repetirá. Uma esquerda identitária que esquece do pobre trabalhador morador da comunidade. Uma esquerda que ignora os "Carandirus" do Jacarezinho, ignora os desvios de verba no SUS e o rombo do INSS, pois condenar um humorista é mais importante para "ficarem bonitos na mídia".

Um empresário que compra uma bolsa de 14 mil para a sua filha causa mais balbúrdia pela esquerda trancada nos quartos e expressiva pelo twitter do que os milhões de trabalhadores vítimas da desigualdade social presos nas favelas devido a falta de oportunidade. Talvez, a melhor forma de combater o capital seja mesmo proibindo o riso.

O problema é que a intelectualidade da esquerda grilhada em seus condomínios luxuosos esquece que o pobre sente, vive, e fala, e se expressa pelo voto. As eleições demonstraram isso, e irão demonstrar novamente no ano que vem. Esperemos.


A foto alvo da polêmica: Roberto Justus e sua família


Print do comentário do suposto comunista sobre o preço da bolsa da Filha de Roberto Justus






Matéria do UOL: "Os Esquecidos: Favela do RJ com maior foco de tuberculose do país tem poucas defesas contra Corona Vírus". Recomendo a leitura.



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